Nossa relação com a alimentação moldou culturas e costumes diversos ao longo da história humana
Cozinhar com água representa um grande avanço tecnológico pois é preciso panelas que resistam ao calor do fogo. Os primeiros utensílios de barro permitiram que começássemos a cozinhar e a misturar sabores. Muitas culturas de países diversos mantem uma relação muito forte com o ato de cozinhar. Na índia por exemplo, se costumar cozinha em caçarolas e isso é parte de uma tradição ligada fortemente com a natureza.
A série mostra também que o ar deve ser o elemento mais enigmático, já que não podemos vê-lo e transformamos a comida com ele. Por exemplo, o que acontece com a farinha e água que resulta no pão?
(Foto: Pexels)
A resposta é: fermentação. Ela com certeza foi encarada como a mais incompreendida parte da culinária, pois não envolve calor: ela é feita por microrganismos, as enzimas, que transformam os alimentos.
As bebidas alcoólicas são as que utilizam o mais antigo tipo de fermentação, e são diversas as formas de se fazê-la. No quarto episódio vemos uma tribo que faz a fermentação com uma enzima presente na nossa saliva, obtida por meio mastigação da mandioca.
(Foto: arigrumelli)
Mas, o embate e a reflexão que Cokeed nos apresenta é que perdemos a capacidade de dispor de tempo. É ele que falta nas receitas, e buscamos sempre atalhos para cozinhar. Os restaurantes e supermercados representam a economia de tempo que a modernidade inventou.
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Cozinhar agora é opcional: os produtos processados que surgiram depois da segunda guerra foram totalmente convenientes. Eram usados de diversas formas em diversas refeições. A carne enlatada, por exemplo facilitava a vida das mulheres, que trabalhavam ainda mais. No entanto, quando terceirizamos a responsabilidade da nossa comida corremos o risco de perder um pouco de nós mesmos.
A relação das espécies com a natureza são relações culturais. Somos um produto da culinária e suas transformações são profundas. Cozinhar significa coisas diferentes em épocas diferentes pra gente diferente, e, em um mundo em que poucos de nós somos obrigados a isso, se torna um protesto contra a especialização, contra a racionalização da vida e ao interesse comercial em instancias de nossa vida. Cozinhar é independência. (Trecho Extraído do Documentário)