Destruição da Amazônia aumenta em ritmo acelerado

A maior floresta tropical do mundo foi o principal assunto no segundo semestre de 2019 após indícios de seu desmatamento serem registrados em São Paulo, região economicamente mais rica do país


areas sem nenhuma vegetação coberta com cinzas pretas. No centro do lato direito vemos uma unica arvore.
Desmatamento na Amazônica supera o registrado pelo Inpe, segundo pesquisa estadunidense (Foto: Alberto César Araújo – Amazônia Real/ Flickr)


O desmatamento na Floresta Amazônica têm sido um assunto recorrente no segundo semestre de 2019. A maior floresta tropical do mundo enfrenta graves problemas ambientais, como queimadas, desflorestamento e exploração sem medidas das as suas riquezas naturais. 

No último dia 10 de agosto, produtores rurais instauraram o “Dia do Fogo” e incendiaram diversas áreas da Amazônia que é berço de uma biodiversidade incalculável, amparados por medidas que indicam graves retrocessos do governo nacional. Essa matéria pretende informar com dados, a situação que a região se encontra e os perigos decorrentes para o planeta.

Amazônia perdida

  Segundo o estudo de uma equipe de pesquisadores da Universidade de Oklahoma (EUA), a Amazônia brasileira tem 400 mil quilômetros quadrados a menos de área verde, ou seja, entre 2000 e 2017, ela perdeu o equivalente a mais de uma Alemanha em área. 

Esse resultado é mais que o dobro do que foi apontado pelo sistema de monitoramento de desmatamento anual utilizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O motivo da discrepância seria a diferença de qualidade das imagens analisadas pelo satélite da pesquisa estrangeira, que não sofreu interferência de nuvens e sombras, e pelas diferenças do que os dois órgãos consideram como desmatamento. A Universidade de Oklahoma julga a perda de área verde um desmatamento, enquanto a pesquisa do Inpe registra apenas a floresta primária.

O mapa interativo a seguir registra a proporção do desflorestamento da Floresta Amazônica na América do Sul e foi produzido pelo projeto InfoAmazonia, que é sustentado por organizações e jornalistas que buscam trazer dados e notícias sobre a maior floresta tropical contínua da Terra. A iniciativa também aceita a participação do público com compartilhamento de informações.



Outro método de monitoramento, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), apontou que o desmatamento teve alta de 66% em julho deste ano, em relação ao mesmo mês de 2018.

 Nos últimos 12 meses, houve um aumento de 15% de área derrubada, cerca de 5.054 km². Dentre os estados que mais desmataram estão: Pará (36%), Amazonas (20%), Rondônia (15%), Acre (15%), Mato Grosso (12%) e Roraima (2%).

O Inpe aponta uma alta de 278% de desmatamento no mês de julho. Por aplicarem metodologias diferentes, os resultados dos dois institutos não são os mesmos, mas validam uma afirmação: a derrubada da floresta aumentou, e muito!


Uma floresta que arde


Foram registrados o maior número de focos de incêndio dos últimos anos (Foto: Felipe Werneck – Ibama)

O aumento do número de queimadas na Amazônia está diretamente relacionado ao desmatamento, já que dez municípios da região com os maiores números de alertas de derrubada da floresta também foram os que registraram mais focos de incêndio. Isso porque depois da derrubada da floresta, os produtores rurais costumam limpar o terreno com fogo. 

Os municípios são Apuí (AM), Altamira (PA), Porto Velho (RO), Caracaraí (RR), São Félix do Xingu (PA), Novo Progresso (PA), Lábrea (AM), Colniza (MT), Novo Aripuanã (AM) e Itaituba (PA). De acordo com pesquisadores do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e da Universidade Federal do Acre, essas regiões são responsáveis por 37% dos focos de calor em 2019 e por 43% do desmatamento registrado até o mês de julho. Em Roraima, foram registrados 4.606 focos.


É o maior número dos últimos anos e segundo o Inpe, até 23 de agosto eram 54.906 focos registrados na Amazônia Legal, 63% maior que o verificado no mesmo período de 2018.


Dentre as consequências, está a densa névoa que prejudica a floresta como um todo e que foi levada ao Sudeste do país marcando presença na cidade de São Paulo no dia 19 de agosto, juntamente de outros eventos climáticos que possibilitaram a seu longo período na atmosfera.


Corredor de fumaça que se formou em estados do Brasil, incluindo São Paulo (Reprodução: Climatempo)

Sem ela, muito se perde

A floresta tem uma importância imensa, a ponto de líderes estrangeiros diante desse momento de crise fora de controle, considerarem a internacionalização da Amazônia.


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