Conheça alternativas de absorventes íntimos que não prejudicam o meio ambiente ao serem descartados
Fonte / Reprodução: Ellabox |
Por: Milena Almeida
O ciclo menstrual faz parte da realidade feminina e, como outros diversos segmentos do universo da mulher, é invadido pelo setor industrial. Nesse sentido, a indústria oferta massivamente os absorventes íntimos descartáveis internos e externos, produtos prejudiciais tanto para o meio ambiente, quanto para o corpo da mulher.
Segundo a bióloga Viviane Condotta Gabriel, pode-se perceber o impacto ambiental causado pelo uso dos absorventes descartáveis desde a fase de produção, já que “as matérias-primas utilizadas para sua fabricação vêm da exploração do petróleo, que é um recurso natural não renovável, e da celulose, derivada das árvores, que sem fiscalização, pode ser oriunda de desmatamento”.
Além disso, a partir da estimativa de que “uma mulher utiliza, desde a puberdade até a menopausa, cerca de 10 a 15 mil absorventes” a bióloga ressalta que no descarte “como na maioria dos países não há reciclagem de absorventes, eles vão diretamente para aterros sanitários ou lixões, onde permanecem, em média, por 100 anos até sua completa decomposição”.
No que diz respeito ao impacto que os absorventes descartáveis têm no organismo da mulher, pode-se afirmar que seus componentes artificiais configuram a fonte do problema. Viviane destaca que “alguns problemas como alergias e infecções podem estar relacionados à adição de fragrâncias, corantes e materiais sintéticos que estão na composição de alguns desses produtos”, como exemplo estão “absorventes com camada de plástico que podem prejudicar a ventilação da área e favorecer o aparecimento ou o agravamento de infecções”, segundo a bióloga.
Segundo a bióloga Viviane Condotta Gabriel, pode-se perceber o impacto ambiental causado pelo uso dos absorventes descartáveis desde a fase de produção, já que “as matérias-primas utilizadas para sua fabricação vêm da exploração do petróleo, que é um recurso natural não renovável, e da celulose, derivada das árvores, que sem fiscalização, pode ser oriunda de desmatamento”.
Além disso, a partir da estimativa de que “uma mulher utiliza, desde a puberdade até a menopausa, cerca de 10 a 15 mil absorventes” a bióloga ressalta que no descarte “como na maioria dos países não há reciclagem de absorventes, eles vão diretamente para aterros sanitários ou lixões, onde permanecem, em média, por 100 anos até sua completa decomposição”.
No que diz respeito ao impacto que os absorventes descartáveis têm no organismo da mulher, pode-se afirmar que seus componentes artificiais configuram a fonte do problema. Viviane destaca que “alguns problemas como alergias e infecções podem estar relacionados à adição de fragrâncias, corantes e materiais sintéticos que estão na composição de alguns desses produtos”, como exemplo estão “absorventes com camada de plástico que podem prejudicar a ventilação da área e favorecer o aparecimento ou o agravamento de infecções”, segundo a bióloga.
Os aditivos químicos que compõem o absorvente descartável podem aumentar ou prolongar o fluxo menstrual / Fonte: Milena Almeida |
Tendo em vista os impactos relacionados ao uso dos absorventes descartáveis, surgem alternativas de absorventes íntimos sustentáveis.
– ABIOsorvente ou Bioabsorventes
O aBIOsorvente é um absorvente reutilizável feito de pano, no formato dos descartáveis, mas ao invés de possuir camadas de materiais sintéticos, é formado pela sobreposição de tecidos compostos de algodão. Em sua maioria são artesanais e duram cerca de cinco anos, se conservados da maneira correta, sendo lavados com sabão de coco e armazenados em bolsinhas específicas (não vazáveis) quando sujos após a utilização.
O uso do BIOabsorvente também está ligado à crença no Sagrado Feminino, muitas mulheres deixam o BIOabsorvente com sangue de molho por certo período e depois regam plantas ou jogam água na terra em rito |
Michele Távora Julio é uma das vendedoras da rede Lua Nova – Por uma Cultura Ecofeminina, da artesã Lena Bezerra, que produz e comercializa abiosorventes. Segundo Michele, as clientes que buscam o produto “sabem dos malefícios dos absorventes convencionais” e as vantagens que ele oferece “para o meio ambiente, pois diminui o descarte de absorventes e para saúde da mulher, tanto psíquica como física, porque podem devolver o sangue pra terra trazendo mais conexão com a natureza”. A vendedora, que também faz uso dos abiosorventes, comenta “eu fiz a transição por conta dos estudos do Sagrado Feminino e porque queria me conectar mais com o meu ser também, entender meu ciclo. Os absorventes comuns contém substâncias que estimulam o fluxo sanguíneo, percebi que com os abiosorventes meu fluxo diminuiu , realmente o sangue que vem é o sangue que tem que vir”.
-Absorvente Biodegradável
O absorvente biodegradável é a alternativa ecologicamente correta mais parecida com o absorvente higiênico comum, pois possui o mesmo formato, variações (com ou sem abas, por exemplo) e é descartável. A diferença contida nele é a sua composição (no caso do mais famoso produzido pela linha Natracare: “filme externo biodegradável de amido de milho, cobertura de algodão 100% orgânico, fibras de celulose e glicerina”) sem plástico ou adição de componentes artificiais.
Assim ao ser descartado esse absorvente demora de 10 a 20 anos para se degradar no meio ambiente, cerca de 1/10 do que o absorvente higiênico comum demoraria. Além disso, segundo o site ambientalista ECYCLE, o uso de algodão orgânico nestes produtos biodegradáveis gera “grandes reduções em: consumo de água, emissão de gases, acidificação, eutrofização e demanda de energia primária. Conclusão: a produção de algodão orgânico se mostrou 46% menos impactante no aquecimento global do que a de algodão convencional”.
Absorventes biodegradáveis feitos 100% com algodão orgânico / Fonte/reprodução: Amenidades do Design |
Em depoimento no “Blog da Mamãe Sustentável”, Luísa Berlitz conta sobre a experiência do uso dos absorventes biodegradáveis após sua primeira gestação: “Saber que já existem absorventes biodegradáveis no Brasil é uma tranquilidade. São vários modelos que estão sendo lançados aqui, mesmo para proteção diária – para todo tipo de calcinha”. Luísa comenta também sobre a composição dos produtos biodegradáveis: “Seus absorventes femininos são fabricados a partir de algodão 100% orgânico certificado, são livres de cloro, de materiais sintéticos, de plástico, de látex ou de fragrâncias. Além da questão ecológica, os produtos orgânicos e naturais beneficiam a saúde e o bem-estar da mulher. Os materiais sintéticos, os aditivos químicos ou o branqueamento com cloro nos produtos íntimos podem provocar alergias, irritação, coceiras, candidíase e até mesmo prolongar o tempo ou aumentar o volume do sangramento”.
–Calcinha absorvente
A calcinha absorvente age de forma parecida com a do aBIOsorvente, já que é composta pela sobreposição das camadas de tecido para absorção na região do fluxo e é reutilizável. Este tipo de absorvente não possui aditivos químicos e pode ser reutilizada por cerca de dois anos, desde que mantida da forma correta, sendo lavada em água fria e batida na máquina de lavar.
Apesar do preço médio de R$ 85,00 as calcinhas absorventes oferecem uma economia de cerca de R$ 288,00 durante sua duração que normalmente é de dois anos / Fonte/ reprodução: Marie Claire |
A apresentadora Bela Gil, em um vídeo divulgado na plataforma Snapchat explica por qual razão aderiu ao uso da calcinha absorvente:“Muitas pessoas me perguntaram por que não uso coletor de menstruação, aquele copinho de silicone. Já usei muitas vezes, mas como tenho menstruação muito forte, não é suficiente. Esta calcinha é a solução. Mais um jeito de a gente viver poluindo menos o meio ambiente. Imagina o quanto de modess não deve ter por aí, sendo jogado fora?”.
-Coletor menstrual
O coletor menstrual é uma espécie de absorvente interno ecologicamente correto, ele possui a forma de um funil, com a ponta fechada, e é composto por silicone. O absorvente é encaixado na entrada da vagina e coleta o fluxo, até ser esvaziado, lavado e colocado novamente. Este produto tem duração média de 5 a 10 anos, se conservado da forma correta com esterilização ao final de cada período.
O silicone do coletor faz com que ele se adapte ao formato da vagina / Fonte/ reprodução: Minuto Saudável |
A bióloga Viviane Condotta Gabriel comenta sobre o que motivou sua recente transição do absorvente descartável para o coletor: “Desde criança, por incentivo e exemplo da minha mãe, sempre procurei minimizar minha pegada ecológica e, há muito tempo, me sentia incomodada por não conseguir utilizar uma alternativa mais sustentável ao absorvente comum. Foi quando, numa conversa com uma amiga, ela me perguntou se eu conhecia o coletor menstrual e, como nunca tinha ouvido nada a respeito, comecei a pesquisar, resolvi experimentar e estou muito satisfeita, foi uma excelente troca, tanto do ponto de vista ambiental, pois ele é reutilizável e, dependendo das condições de uso, pode durar até três anos, como da minha saúde e bem-estar, pois ele proporciona grande liberdade de movimento e segurança”.
– Onde encontrar:
Os absorventes alternativos citados podem ser encontrados nos sites de e-commerce: Korui, Lua Nova, Morada da Floresta, Pantys e Use Orgânico. Apesar do preço ser maior por unidade de cada um deles (abiosorvente R$ 15, absorvente biodegradável R$ 35 a caixa com 30 unidades, calcinha R$ 85 e coletor R$ 35) em comparação ao absorvente descartável, é importante lembrar que eles são reutilizáveis e representam um investimento para a saúde do corpo e para a manutenção do meio ambiente.