Monsanto: o monopólio de alimentos transgênicos

Ativistas ao redor do mundo protestam na “Marcha Mundial Contra a Monsanto”


Protesto realizado em São Paulo/SP (Foto: Rafael Stedile)
No dia 21 de maio, ocorreu a “Marcha Mundial Contra a Monsanto” que reuniu ativistas em mais de quarenta países. De acordo com os ativistas, por meio das redes sociais, os atos têm o objetivo de conscientizar a população sobre os malefícios para a saúde gerados pela multinacional. A Monsanto é a líder mundial em biotecnologia, produzindo 90% dos organismos geneticamente modificados (GMO’s) no mundo
Apesar das polêmicas envolvendo a organização, uma nova análise global realizada pela Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos (NAS) alega que o consumo de alimentos transgênicos não faz mal à saúde e nem ao meio ambiente. Com isso, as grandes indústrias do ramo ganham força para continuar produzindo e levando seus produtos às prateleiras dos supermercados. Entretanto, os riscos apresentados pela Monsanto vão muito além dos GMO’s, e o seu histórico ajuda a compreender quais são eles.

A patente brasileira

No Brasil, a Monsanto consolidou a sua supremacia entre as produtoras de sementes com a compra de empresas nacionais, como Paraná Sementes e a Agroceres. Para atingir o monopólio, a multinacional adota o registro de patente. Quando o agricultor compra o produto, ele assina um contrato que o proíbe de guardar sementes para a próxima safra e comercializá-las. Assim, todos os anos ele terá que comprar novas sementes. Casos de agricultores processados pela Monsanto são comuns, e a empresa alega ter encontrado sementes transgênicas que não foram compradas nas propriedades.

Eles estão no processo de possuir toda a comida” – Troy Roush, fazendeiro estadunidense, para o documentário “O mundo segundo a Monsanto”.

A problemática do transgênico

Com a polinização e o cruzamento genético entre plantas, diversos agricultores orgânicos têm sido prejudicados, tanto pelos processos da empresa como pela contaminação de seus produtos. Além disso, a soja Roundup Ready é resistente ao herbicida Roundup, que é nocivo à quase todas as plantas. Assim, quanto mais a empresa vende sementes transgênicas, mais ela lucra com seus agrotóxicos.
Atualmente, a Monsanto tenta desenvolver o “super porco”, através da combinação de genes de diversas raças, visando o aumento na produtividade. Com isso, qualquer criação de porcos no mundo poderá conter elementos genéticos encontrados no super porco e assim, estará dentro da patente da empresa. 

Nós não somos o seu experimento de ciências”– Diz cartaz em uma das manifestações ocorridas pelo mundo e divulgado nas redes sociais. Os efeitos dos alimentos transgênicos no ser humano ainda não são conhecidos.

O monopólio da Monsanto é intimidador, pois coloca em risco todas as variedades não transgênicas, além de afetar a liberdade de comunidades de agricultores, em especial as comunidades tradicionais e indígenas.

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