Entenda como os furacões se formam e por que causam tanta destruição
(Foto: miltarymark2007) |
Recentemente, algumas partes do mundo foram assoladas por furacões devastadores.
O perigoso Harvey deixou o estado do Texas em uma situação difícil, além de deixar moradores de Barbados sem energia nas províncias de Christ Church, Saint Joseph, Saint Lucy e Saint Michael.
Furacão Harvey no Texas (Fonte:Uol Notícias) |
Furacão Irma
O furacão Irma, que se tornou o segundo maior furacão do Oceano Atlântico, causou danos catastróficos em diversas regiões. Passou pelas Bahamas danificando redes elétricas e por Cuba ocasionando inundações e ondas de mais de 5 metros de altura. Além disso, causou destruição em Porto Rico, deixando dezenas de milhares de habitantes sem água, sem energia e sem abrigo . Por fim passou pelos Estados Unidos, afetando o estado da Flórida e Georgia, ocasionando mais estragos e mortes.
Furacão Maria
No Caribe, o furacão Maria atingiu o solo duas vezes. Primeiro, na Ilha de Dominica e depois na Ilha de Porto Rico, afetando outras regiões como a República Dominicana, as Ilhas Turcas e Caicos. A consequência pode ser observada nos rios repletos de destroços, nos edifícios danificados, e nas mortes que foram provocadas.
Furacão Maria em Porto Rico (Fonte:Veja) |
Furacão no Brasil
No Brasil, os furacões também acontecem. Entretanto, eles possuem baixa intensidade. Além disso, também há ocorrência de outros desastres naturais. Para explicar a diferença entre os desastres naturais que acontecem no Brasil, nos Estados Unidos e no Caribe, o Impacto criou um infográfico. Confira a seguir.
(Infográfico: Anne Santos) |
E para falar mais sobre esse fenômeno natural, o Impacto conversou com o geógrafo e especialista em climatologia, Jean Azevedo, formado na Unesp de Rio Claro.
Impacto: Qual a diferença entre furacão e tornado?
Jean: Furacão é diferente de tornado. Tornado acontece somente no continente, já o furacão acontece necessariamente no mar.
Impacto: Por que os furacões perdem força?
Jean: Como se diferencia do tornado, e se forma no mar, o furacão precisa necessariamente de água para se alimentar. E água na temperatura de 27º C então no momento que o furacão vai se desenvolvendo, ele vai à procura de água. Ele precisa de vapor de água para alimentar todo o processo. Por isso quando os furacões chegam ao continente eles perdem a intensidade, já que ali não há água.
O Impacto pediu para Jean comentar sobre os furacões que têm ocorrido ultimamente nos Estados Unidos e na região do Caribe.
Jean: Nesses últimos anos, a região do Caribe e dos Estados Unidos tiveram três grandes furacões: o Katrina, o Sandy e agora o furacão Irma. Todos atingiram a escala 5, mas quando chegaram nos EUA já se reduziram para a escala 3 ou no máximo 4. É porque ele vai encontrando o continente, consequentemente ele perde sua intensidade.
Impacto: Por que as regiões mais pobres sofrem mais os efeitos?
Jean: A gente tem que se preocupar, quando falamos sobre furacões, com regiões muito pobres. Como, por exemplo, a região do Caribe. Temos ali países pobres que quando você tem um fenômeno desse, causa destruição e mortes em larga escala. A gente tem impressão, que os fenômenos furacões só acontecem nos Estados Unidos, porque é um país importante, onde a mídia alarda e tem um poder de atingir o mundo. Mas não, os furacões acontecem também no Caribe e os problemas maiores são nesse local.
(Foto: Wikilmages) |
Impacto: Quais são os fatores que agravam os efeitos dos furacões na região do Caribe?
Jean: Primeiro fator é que a relação continente/mar no Caribe é desproporcional. Tem muito mais água do que terra, então os furacões não conseguem perder tanto a intensidade quando chegam ao continente. Já nos EUA, que é um país de dimensão territorial enorme, tem muita terra, então quando o furacão chega ele vai perdendo sua intensidade. Outro fator é que os Estados Unidos é um país rico. As áreas que tem pré-disposição de serem atingidas por furacões são todas preparadas. Têm casas que são anti-furacão e um sistema de rede-elétrica que suporta ventos com maior rigidez. Diferentemente dos países do Caribe.
Impacto: A existência de florestas influencia na formação de furacões?
Jean: As florestas não influenciam na formação de furacões, elas servem até como uma proteção contra furacões. Por exemplo, o Brasil, tem a Floresta Amazônica que tem o doscel, ou seja, a copa das árvores. Ali na região da Amazônia temos a entrada dos ventos alísios. Se não houvesse a floresta, possivelmente haveria furacões aqui no Hemisfério Sul de uma forma mais intensa. Os ventos alísios quando atingem a região, batem na copa das árvores e geram um turbilhão que dificulta a formação dos furacões.
Mas, como se formam esses fenômenos que causam tanta destruição? Baseado nas informações fornecidas pelo geógrafo Jean Azevedo, o Impacto fez um infográfico. Confira!
Além de todas as informações fornecidas pelo geógrafo Jean, é importante salientar que os furacões apesar de serem fenômenos naturais, podem ocorrer com mais freqüência por causa da interferência humana. O aquecimento global e o conseqüente aquecimento das águas dos oceanos, aumenta a probabilidade de ocorrência desses fenômenos. Por isso, devemos ter consciência de nossas ações no meio ambiente e das conseqüências futuras que elas implicarão.
Edição: Mariane Borges