Crise climática traz consequências preocupantes para a vida na Terra
Da esquerda para a direita: Emmanuel Macron, Jair Bolsonaro, Donald Trump, Xi Jinping e Angela Merkel. Arte: Vitória Cristina Baia |
Por Maria Eduarda Vieira
Quando o mundo ocidental presenciava o início da Revolução Industrial, na segunda metade do século XVIII, a humanidade não fazia ideia de que estava provocando a eclosão de uma crise climática. A queima de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo, emitem Gases de Efeito Estufa (GEE). São eles: dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO), dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx).
O efeito estufa é um processo natural que regula a temperatura terrestre, tornando possível a vida na Terra, e pode se tornar perigoso quando há intervenção antrópica no ciclo natural. Os humanos produzem uma quantidade muito elevada dos gases estufa, acima do que a natureza consegue absorver, fazendo com que eles fiquem acumulados na atmosfera. Dessa forma, é formado um “cobertor”, a partir desse acúmulo que fica mais rígido, que provoca o aquecimento fora do normal.
Em um estudo publicado na revista Nature em 2016, pesquisadores da Australian National University estimaram que a Terra começou a aquecer entre os anos de 1830 e 1850. Esse período corresponde aos anos do auge da Revolução Industrial nos países da Europa Ocidental.
Cerca de 200 anos depois, com o capitalismo seguindo firme e forte, a natureza pede socorro. O sistema de consumo capitalista, querendo ou não, é a principal causa da destruição do meio ambiente. Esse modelo econômico prevê que, para manter o dinheiro circulando, é preciso estimular o consumo de bens materiais de modo constante. A produção de laptops e smartphones, por exemplo, lançando novas versões a cada ano, revela essa mentalidade que “condiciona” o indivíduo a querer comprar. Assim, faz sentido dominar o espaço natural em prol do progresso e da modernidade.
O lixo eletrônico está entre os mais tóxicos e um dos menos reciclados. Foto: Geert Vanden Wijngaert/AP |
Essa lógica está levando a humanidade a um encontro com a extinção. Os anos de 2015 a 2019 são conhecidos como os 5 anos mais quentes da história mundial, sendo 2016 o campeão, já que a temperatura aumentou 1ºC. Devido à gravidade da situação, a nomenclatura correta para chamar esse desastre é de crise climática.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) afirma que se as emissões continuarem crescendo no ritmo atual, a atmosfera vai aquecer até chegar em um nível onde as consequências serão irreversíveis e catastróficas para todos os seres vivos do planeta.
Com lugares inabitáveis, muitas pessoas ficarão refugiadas por causa do clima ou falta de água, assim a pobreza se intensificará. A contaminação de doenças tropicais, como dengue, febre amarela e malária, será maior. Os insetos responsáveis pela polinização perderão seus habitats, prejudicando a agricultura. E muitos outros animais serão extintos. Portanto, saúde, bem-estar, alimentação, segurança e moradia serão diretamente afetados.
O derretimento de geleiras provoca a extinção de animais, como os ursos polares, focas e pinguins. Foto: Free-Photos/Pixabay |
Em 2019, a Cúpula de Ação Climática das Nações Unidas aconteceu, o evento promovido pela ONU teve a participação de vários países. Mas a participante que chamou atenção foi a ativista sueca Greta Thunberg.
“Vocês estão falhando conosco.”
A frase foi dirigida aos líderes mundiais, pois, desde meados dos anos 70, há tentativas de colocar em prática ações que beneficiem o meio ambiente. Entretanto, a destruição ambiental só piorou nos últimos anos.
Essa negligência com assuntos ambientais é contraditória, já que os seres humanos também fazem parte do ecossistema. Ou seja, é investir no fim da própria espécie.
Contudo, parte dos líderes mundiais permanece ignorando as mudanças climáticas e a necessidade de uma mudança na postura. Um exemplo disso é a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, assinado em 2015, cujo principal objetivo é reduzir a emissão de CO2. Para o presidente Donald Trump, a “soberania estadunidense” deve prevelacer perante a questão ambiental.
O Brasil concordou em ampliar o uso de bioenergia, zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030, recuperar pastos degradados e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030.
Ainda adolescente, Greta mobilizou vários jovens em favor da causa ambiental. Foto: Lionel Bonaveture/AFP |