O Rio Batalha sofre com problemas de assoreamento e cidade pode ficar sem água
A água é um recurso primordial para a vida, e para levá-la até a população, vários processos devem ser realizados. Em Bauru/SP, 38% dos moradores recebem água captada do rio Batalha. O rio nasce em Agudos e passa por outros municípios até desaguar no rio Tietê, próximo aos municípios de Pongaí e Uru.
Durante o ano de 2014, aconteceu uma grande seca no país. Esse acontecimento foi exemplo do impacto que o rio representa para os cidadãos. Nesse ano, o nível do volume do rio ficou abaixo da metade, passando de 2,60m para 1,17m. Assim, a distribuição de água foi praticamente interrompida na cidade de Bauru.
A estiagem mostra que o recurso hídrico oferecido pelo Batalha não é suficiente para abastecer toda a população. O rio deveria ser tratado como uma Área de Preservação Ambiental (APA), devido a enorme biodiversidade de plantas e animais que sustenta.
O homem e o uso do rio
Quando o homem começou a ocupar a cidade, iniciou-se processo de produção agrícola às margens do Rio Batalha. As plantações de café acarretaram no desmatamento da área e na intensificação da erosão. O processo natural altera o relevo terrestre através do vento e da água que arrastam terra, mas, com o solo desmatado, a atividade erosiva se intensifica rapidamente.
Os dejetos acabam por ser levados para dentro do rio, provocando o processo de assoreamento. Bancos de terra são formados, deixando o rio mais raso e mudando o trajeto da água, podendo causar enchentes. Esse problema é recorrente nas margens do Batalha e em seus afluentes.
Departamento de Água e Esgoto de Bauru (DAE) possui equipamento para retirar areia apenas da represa de captação (Foto: Reprodução / TV TEM) |
Saiba mais na reportagem do G1: Desmatamento ameaça rio Batalha
A batalha recomeça
Por conta da importância do rio para a natureza da região, foi criado, em novembro de 2014, um plano diretor que pretende amenizar os problemas enfrentados pelo rio, com a iniciativa de criar outros meios para suprir esses 38% do abastecimento da cidade. Esse projeto deve custar cerca de R$ 250 milhões. Mas, por enquanto, Bauru continuará a ser abastecida pelo Batalha, e poderá enfrentar outras crises na captação de água.
O Rio Batalha segue seu curso após ser represado em Bauru (Foto: Monique Nascimento) |
Apesar dos esforços em regularizar a distribuição de água, outra crise de abastecimento abalou a cidade no início de 2016: sete dias sem água até a normalização do sistema. O problema ocorreu devido a uma enchente no local onde é feita a captação da água do rio, inundando a área das bombas.
Como a cidade não possui um planejamento de prevenção para esse tipo de fenômeno, acabou sobrando para a população. Esses problemas poderiam ser evitados se um plano tivesse sido feito e posto em prática. Com uma política de melhora do sistema hídrico de Bauru a longo prazo, espera-se que a conservação ambiental e as necessidades da população sejam supridas.