"A última hora" – ainda temos tempo de salvar o planeta

A nova geração pode diminuir as catástrofes ambientais





As cenas selecionadas logo no início do documentário “A Última Hora”, já demonstram a intenção dos produtores Leonardo Di Caprio e Leila Conners Petersen: impactar o público com imagens dos estragos causados pelos desastres naturais ao redor do mundo, que colocam em risco a vida humana e trazem cada vez mais, a necessidade de discutir temas ambientais.

A relação entre a natureza e os seres humanos é colocada no centro dos debates entre cientistas, líderes e pensadores convidados, uma vez que o mundo passou por intensas transformações para a urbanização e a modernização das cidades após a Primeira Revolução Industrial.
Entretanto a crescente exploração dos recursos naturais, em prol do desenvolvimento tecnológico, intensificou ações destrutivas no ecossistema mundial que trouxeram consequências graves para o meio ambiente.

O desejo de ascensão econômica dos governos, principalmente dos EUA, nação abordada no documentário, colocou a preservação da natureza em segundo plano ao tratar seus recursos como infindáveis. Por isso, o documentário salienta a importância da manutenção dos acordos globais em prol da diminuição do uso desses recursos – como o famigerado “Acordo de Paris” sobre mudanças climáticas, que ficou em voga após o anúncio da saída dos Estados Unidos (o 2º país mais poluidor do mundo), em junho deste ano.

aumento exponencial da temperatura da terra demonstra o desequilíbrio sofrido pelo ecossistema, no qual o ciclo da água é alterado com o desmatamento, ocasionando a chuva ácida, secas e enchentes. Além disso, o derretimento intenso das geleiras no polo norte é apontado pelos cientistas como um dos primeiros pontos do planeta a expressar as graves consequências do aquecimento global.

O maior reflexo de todos esses problemas é a intensificação dos desastres naturais que assolam populações pelo mundo, o furacão Katrina (2005) é o exemplo mais citado na produção, pois foi o mais letal da história dos Estados Unidos, provocando 1.800 mortes.

Os estudiosos apontaram em 2007 (ano de estréia do documentário) a fragilidade da costa dos Estados Unidos diante desse fenômenos naturais, fazendo a previsão de futuros desastres na região, caso providências não fossem tomadas. 

Infelizmente, as previsões estavam corretas e após dez anos da produção, em setembro de 2017, os estadunidenses foram surpreendidos com o furacão Irma, que devastou algumas áreas na Flórida, deixando mortos, provocando alagamentos intensosqueda de energia e colocando o país em estado de alerta.

A ocorrência de desastres naturais como os citados, demonstram a real necessidade de se discutir os impactos ambientais causados pela ação antrópica. Em sua narração, Leonardo Di Caprio incita a importância de conscientização da nova geração, que está presenciando essas tragédias e precisa ser despertada para as irreversíveis consequências que elas podem trazer a humanidade.

Uma das maneiras propostas é reinventar o modelo de produção industrial vigente, responsável por prejuízos ambientais – desde a retirada de matérias-primas para a criação dos produtos até a sua transformação em lixo – para um modelo menos invasivo para a natureza, inspirado no seu curso natural.

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A possibilidade de uso da energia solar e eólica, o incentivo a reciclagem e a criação de novos modelos de transporte são um dos vários caminhos apontados pelos pensadores, cientistas e líderes mundiais, como Stephen Halkin, Mikhal Gorbachev e Wangari Maathai.

Entretanto, o documentário mostra que as mudanças na mentalidade da população é necessária para reverter a lógica do consumo alienado e promover o incentivo governamental à sustentabilidade nas indústrias, antes que essas alterações se tornem irreversíveis e inviabilizem a vida humana na Terra.

Uma ideia fica clara com a mensagem final mais impactante do filme: A terra vai prevalecer e com o tempo se recuperar, porque ela tem todo tempo do mundo e nós não.

Ficha Técnica:
Gênero: Documentário
Data de lançamento: 30 de novembro de 2007
Duração: 1h 31min
Direção: Nadia Conners e Leila Conners Petersen
Produção: Leonardo Di Caprio e Leila Conners Petersen
Nacionalidade: EUA

Edição: Maria Gabriela Zanotti

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