Segundo ela, o TAMAR conseguiu proteger esses filhotes porque entrou em contato com os pescadores que antes caçavam as tartarugas, pois eles sabiam os hábitos da espécie. O projeto promoveu uma conscientização envolvendo os moradores locais, mostrando a importância da conservação das tartarugas.
Então, usando os primeiros patrocínios, contratou esses pescadores para monitorar as praias e proteger a espécie, gerando renda para essas pessoas. “Eles foram vendo que proteger as tartarugas marinhas estava, na verdade, melhorando a vida deles também”, conta a bióloga.
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Criação: Isabella Holl |
Após 38 anos de projeto, as medidas para conservação das tartarugas foram evoluindo. Hoje, o TAMAR usa estratégias que envolvem pesquisa científica, conservação, envolvimento comunitário e educação ambiental.
Para a conservação e monitoramento das tartarugas o projeto realiza ações de proteção nas áreas de desova, nas áreas de alimentação, migração e descanso da espécie. A veterinária estagiária do TAMAR, Isabela Coelho, conta como era fazer a proteção das tartarugas nas áreas de desova em Regência (ES).
Biometria é medir a largura e o comprimento do animal. Marcação é o ato de colocar uma identificação na tartaruga, cada uma recebe uma anilha com seu número.
Valéria conta que as ações de inclusão social são realizadas com comunidades que vivem no entorno das bases de conservação e pesquisa. O objetivo é renda para os moradores locais envolvendo-os nas atividades do projeto, são ofertados empregos nos Centros de Visitantes, lojas e confecções do TAMAR.
Tem-se o intuito de oferecer alternativas econômicas sustentáveis, promover atividades que desenvolvam a consciência crítica sobre as questões ambientais e sociais, oportunizar ações de capacitação, valorizando a cultura local
As atividades de educação ambiental são realizadas nas comunidades litorâneas através de vários programas. Ao exemplo dos Tamarzinhos (programa para formação de Guias Ecológicos Mirins), que envolve crianças de 10 a 14 anos. Também são realizadas atividades de sensibilização com turistas que visitam os Centros de Visitantes e, assim, se dissemina a mensagem de conservação da tartaruga marinha.
Atualmente o TAMAR protege cerca de 1.100 quilômetros de praias e está presente em 26 localidades de 9 estados brasileiros, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e nas ilhas oceânicas.
Edição: Giovanna Romagnoli