A bicicleta é uma opção saudável, barata e ecológica para quem gosta de aventura
(Foto: André Fatini/Planeta Pedal) |
Com o passar do tempo, a prática de viajar de bicicleta recebeu o nome de cicloturismo e tomou proporções tão grandes que já existem clubes e lojas destinados a esse tipo de turismo. A bicicleta que, até então, era um meio de transporte para percorrer pequenas distâncias, hoje, é utilizada para viagens ao redor do mundo.
O Clube de Cicloturismo no Brasil, fundado em 2001, divulga a atividade e compartilha as experiências dos corajosos de plantão. Através do clube, é possível ter acesso a diversos eventos sobre o assunto – como palestras, reuniões e encontros – além de roteiros e cicloviagens.
Cordilheira dos Andes na viagem feita por André Fatini do Brasil ao Chile (Foto: André Fatini/Planeta Pedal) |
Conhecer o mundo é um desejo compartilhado por milhares de pessoas. Mas, na prática, são poucos os sonhos que se tornam realidade. Há 9 anos, um jovem universitário realizava o sonho de conhecer o mundo de uma maneira diferente. Quando tinha 22 anos, André Fatini, que era aluno da graduação de Física da Universidade de São Paulo (USP), encontrou na bicicleta a oportunidade para a realização desse objetivo.
Entrevista
O Planeta Pedal é um site criado por Fatini, ao perceber a necessidade de compartilhar suas experiências após uma viagem feita ao Chile. De acordo com o professor, o projeto não tem participação ou apoio de nenhuma instituição. Confira, a seguir, a entrevista do cicloviajante ao Impacto Ambiental.
“Casa” e bike de André na viagem à Patagônia (Foto: André Fatini/Planeta Pedal) |
Impacto Ambiental: O cicloturismo pode ser considerado um tipo de viagem economicamente acessível a todas as pessoas?
André: Há várias formas de cicloturismo, desde a mais econômica até a mais luxuosa. Dependendo da intenção e o estilo de quem está viajando, pode-se, sem dúvida , fazer uma viagem economicamente acessível.
Impacto Ambiental: Quais são as principais dificuldades que quem decide viajar sobre duas rodas pode encontrar durante o caminho?
André: O mau tempo (chuva, frio, vento) pode se tornar um grande inimigo se o cicloturista não estiver com os equipamentos apropriados. Sem contar é claro, das subidas e estradas em más condições.
Ave Kea fotografada durante a viagem de André pela Nova Zelândia (Foto: André Fatini/Planeta Pedal) |
Impacto Ambiental: Como os países estão preparados para receber esses turistas?
André: Em diversos países, a cultura cicloturística é muito popular e já existe uma grande infra-estrutura, como por exemplo, Nova Zelândia, EUA, França, etc. Em outros países menos desenvolvidos, geralmente o cicloturista é recebido com muita hospitalidade, justamente por ser um viajante tão raro.
Impacto Ambiental: As cidades estão preparadas para receber os ciclistas? Somente as ciclovias existentes, por exemplo, são suficientes para atender as necessidades dos ciclistas?
André: Há cidades e cidades. A grande maioria não tem infraestrutura especificas para bikes. Acredito que mais importante que a ciclovia é a consciência da população em inserir e aceitar a bicicleta como um meio de transporte.
Em sua viagem mais recente, André percorreu cerca de 25.000 km de bike em mais de mil dias (Foto: Divulgação/Planeta Pedal) |
Impacto Ambiental: Quais são os pré-requisitos para quem deseja começar essa aventura? É necessário, por exemplo, ter alguma bicicleta específica ou ser um atleta para participar?
André: É necessário estar disposto a cortar as raízes, o desprendimento é essencial. Além disso, planejamento, coragem e vontade são fatores muito importantes.
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