Dia mundial da alimentação e a importância da agricultura familiar

Agricultura familiar ajuda no combate a fome e ainda gera 77% dos empregos no setor agrícola


Agricultura familiar ajuda no combate à fome e ainda gera 77% dos empregos no setor agrícola.
Rede sustentabilidade/ reprodução.

Todos os anos no dia 16 de outubro é comemorado o Dia Mundial da Alimentação. Ao redor do Brasil, inúmeros eventos são realizados, como por exemplo em Bariri, lá o dia foi comemorado com uma palestra no Posto de Saúde da Família da Vila Americana. O mesmo aconteceu em Bauru, que assim como em anos anteriores, realizou a Semana de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável. A ação é promovida de acordo com a Lei 6.390 de 05 de julho de 2013, e nesse ano comemorou-se sua sétima edição.


Adriana Puttini, uma das diretoras da Secretaria Municipal do Bem-Estar Social de Bauru (SEBES), explica a importância de se comemorar o dia mundial da alimentação: “… o Dia Mundial da Alimentação é de extrema importância pois traz temas que nos fazem pensar a respeito da população em vulnerabilidade, sua segurança alimentar e nutrição. Entende-se por segurança alimentar uma alimentação saudável, acessível, de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente. Essa realidade, infelizmente, não é vivida por uma grande parte da população brasileira e mundial, justificando o debate e eventos que compõem as Semanas Municipais.”

No Brasil, a alimentação de qualidade é um direito de todos, sendo este assegurado pela lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, art.2º: a alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população”.

Infelizmente a realidade é outra e, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a entidade estima que no ano de 2017 havia “menos de 5,2 milhões” de brasileiros passando fome, porém no ano 2010 havia “menos de 4,9 milhões” de brasileiros que eram considerados famintos, ou seja, o número de brasileiros no mapa da fome aumentou do ano de 2010 para 2017. De acordo com a FAO, houve uma elevação da fome no mundo, sendo que uma das regiões mais afetada é a América do Sul.

Segundo o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, uma das formas fundamentais para “erradicar a fome” é a agricultura familiar: “a principal causa da fome hoje não é a falta de alimentos, mas sim a falta de acesso a eles”, afirmou em discurso na cidade de Lisboa para uma reunião de alto nível sobre agricultura familiar nos países da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa).

Fazendo jus ao que disse Silva, o Brasil é o oitavo maior produtor de alimentos em agricultura familiar do mundo, o levantamento foi feito pelo portal Governo do Brasil. Além disso, ela corresponde a metade da produção de alimentos do país. 


feiras em Bauru
Reprodução/Prefeitura de Bauru – Feira acontece todas às segundas no Bauru Shopping.

Agricultura Familiar em Bauru


Segundo Puttini, no município de Bauru há estimativas de cerca de 500 propriedades produtivas, segundo levantamento, das quais aproximadamente 60% podem ser classificadas como agricultores familiares. São os principais responsáveis na produção local de hortaliças folhosas, raízes, tubérculos e frutos.


A comercialização dos alimentos produzidos pelas famílias são vendidos, na maior parte das vezes, através de feiras, em restaurantes e em alguns supermercados. A cidade tem cerca de 42 feiras.

Conforme Rafael Lima, diretor do Departamento de Abastecimento da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Sagra), “nós vivemos de alimentação e quem bota a alimentação é a agricultura familiar. Então nós temos que olhar com muito seriedade e respeitar o produtor nas suas dificuldades. Precisa ter realmente políticas públicas voltadas para a agricultura familiar, pois terras nós temos, e com certeza o produtor quer trabalhar”.



Editado por: Ingrid Watanabe

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