Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica e do Cerrado foi discutido em evento aberto à população
Na manhã da última sexta-feira (29), a Secretaria de Meio Ambiente (SEMMA) de Bauru/SP realizou o Fórum de Discussão sobre as ações e metas propostas pelo Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica e do Cerrado.
Foto: Priscila Medeiros/Prefeitura Municipal de Bauru |
O evento foi organizado na região central da cidade, na Paróquia Santa Rita, pela Câmara Técnica de Educação Ambiental (CTEA) e pelo Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (CONDEMA), ambas de Bauru.
O local contou com a presença de técnicos, biólogos, professores, ONG’s e representantes da sociedade civil, além do prefeito da cidade, Rodrigo Agostinho. Todos puderam opinar sobre o plano para elaborar um documento final que represente as expectativas da comunidade.
Para o professor da Faculdade de Ciências da UNESP de Bauru, Osmar Cassan, a restauração da vegetação bauruense deve ser sistêmica, ou seja, deve haver a cooperação entre seus ecossistemas afim de restabelecer as associações entre a vegetação, água e solo.
Foto: Priscila Medeiros/Prefeitura Municipal de Bauru |
De acordo com o projeto, a viabilização dessa restauração sistêmica se dá através da criação de corredores para interligar fragmentos da vegetação existentes em Bauru. Para o professor, esses corredores seriam viabilizados pelas áreas fluviais (dos rios) de Bauru que permitiriam a locomoção de algumas espécies entre estes trechos, como insetos e aves.
Chico Maia, representante da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (SAGRA), comentou estratégias que podem ser feitas para buscar recursos financeiros externos para a viabilização do projeto.
Chico também explicou a importância de incluir a agricultura familiar na produção de mudas para essas áreas degradadas. Destacou também a estratégia que está sendo feita em Bauru em apoiar as iniciativas de plantio de mudas em áreas urbanas, como o Fruto Urbano, inciativa que o Impacto Ambiental já falou aqui no site.
O prefeito da cidade contribuiu para o fórum com uma apresentação com dados do cerrado de Bauru que, por suas características, é chamado de “Cerradão”.
Foto: Priscila Medeiros/Prefeitura Municipal de Bauru |
Para Agostinho, um dos problemas mais difíceis a serem enfrentados para recuperar a vegetação bauruense é convencer os proprietários de gado a sair dessas áreas de preservação.
Ao final do fórum, foi dada a abertura para os debates. Membros da sociedade civil questionaram a falta de água em alguns bairros, a dificuldade dos “caçambeiros” para depositar seus entulhos e a possibilidade de intercalar métodos de verificação das áreas degradadas.
Por parte dos técnicos, foi ressaltada a importância do envolvimento de alunos para que essas áreas sejam objetos de pesquisa.
Após o encerramento, todos os participantes foram destinados às salas correspondentes aos planos de ação e estratégias que mais se identificaram.
As ações e as estratégias estão descritas no Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica e do Cerrado, que podem ser consultadas no site da prefeitura.