Quando começa o horário de verão, há reclamações nas redes sociais. Será que ele é necessário? Entenda
(Foto: Marcos Cardinalli/Impacto Ambiental) |
O Brasil é um dos quatro países da América do Sul que adota o horário de verão anualmente. Os outros são Chile, Paraguai e Uruguai. Ele foi adotado no Brasil pela primeira vez em 1931 e abrangeu todo o território nacional.
Alguns períodos não se adotou o horário de verão, mas desde 1985 ele acontece anualmente, sem exceção. Ainda em 1985, todo o país era abrangido pelo horário. Isso foi se reduzindo até 2003, ano em que, desde então, se aplica somente às regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Uns gostam, outros não
Mesmo com as discussões a favor ou contra o horário de verão, poucos sabem o motivo dele existir e de que maneira ajuda o meio ambiente. Apesar dos males causados na saúde da população, o horário de verão possui fortes argumentos para continuar existindo todos os anos neste período.
Alguns dos sintomas que podem ser sentidos nos primeiros dias do adiantamento dos relógios são: dores de cabeça, falta ou excesso de sono, preguiça e mau humor, de acordo com a Unimed, que ainda afirma que a mudança do horário causa alteração no relógio biológico e modificações hormonais no organismo. Leva-se em média uma semana para o corpo adequar-se completamente.
Geralmente, os países da América do Sul adotam essa medida de outubro a março, que é o período de primavera e verão, no qual o sol fica mais intenso e o tempo de incidência de luz durante o dia é maior.
De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a economia com horário de verão foi de R$162 milhões em 2015/2016. Para este ano (2016/2017), o governo estima que serão economizados R$147,5 milhões.
Entretanto, vertentes contrárias ao vigor do horário argumentam com os dados de que a redução da demanda cai aproximadamente 5,0% e a redução de energia é de 0,5% (dados de 2014 da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica), alegando que a porcentagem é muito pequena.
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Por que o horário de verão existe?
De acordo com o professor Dr. Emerson Galvani, do Departamento de Geografia da USP, a importância dessa alteração no horário consiste na redução do consumo de energia elétrica nos horários de pico de abastecimento, geralmente entre 18h e 20h.
A principal vantagem é a redução da demanda, que leva a uma operação de menor risco e menor custo. A opinião do professor sobre o assunto, quando questionado se ele é a favor ou contra o vigor da medida, é que “com a ausência do horário de verão, dificilmente o sistema elétrico brasileiro operaria com segurança, então sou favorável à adoção desta medida”.
Ele ainda diz que não descarta a necessidade de estudos futuros para sua interrupção, considerando os impactos negativos na saúde da população.
Estados brasileiros que adotam o horário de verão
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Como o horário de verão causa a economia de energia?
A economia de energia é possível porque, com o horário diferenciado, não é preciso gerar energia de usinas termelétricas para garantir o abastecimento do país nos horários de pico, de acordo com a ONS.
As usinas termelétricas causam graves danos para o meio ambiente. No Brasil, encontram-se quase 2 mil usinas deste tipo. A maioria é acionada apenas em emergências, ou seja, quando se chega no limite de demanda de energia.
Existem termelétricas movidas a carvão, a gás natural e a biomassa. A primeira do mundo a operar com etanol encontra-se no Brasil, em Juiz de Fora – MG. O grande problema dessas usinas é a emissão de gases poluentes pela queima de combustíveis fósseis, que aumentam o efeito estufa e o aquecimento global. A movida a carvão é a usina que mais causa poluição do ar.
Sendo o Brasil um país que opera quase sempre no limite da produção-consumo, com a diminuição da demanda de energia nos horários de pico, o horário de verão torna-se um importante aliado contra a queima de combustíveis fósseis, já que diminui a necessidade do uso de termelétricas.
Mesmo causando certo desconforto na vida das pessoas, o horário de verão acaba sendo útil e proveitoso. Mas são necessárias novas pesquisas e investimentos em energia limpa e sustentável, e na economia de modo geral, mesmo fora do horário de verão.
Seu término será no dia 19 de fevereiro de 2017, quando os relógios deverão ser atrasados em uma hora.