10 anos causando impacto

Queremos comemorar com vocês a primeira década do projeto!

O Impacto Ambiental é um produto do projeto de extensão universitária Pauta Verde: Uma Experiência em Jornalismo Ambiental. O jornal impresso Impacto Ambiental teve sua primeira edição publicada em 2008, mas o projeto de extensão existe desde 2006. Durante 10 anos, o projeto vem estimulando a conscientização ambiental e levando os leitores a um pensamento mais crítico sobre os temas que englobam o meio ambiente.
O projeto de extensão nasceu por meio da tese de doutorado do Prof. Dr. Pedro Celso Campos, que defende a educação ambiental permanente. Em 2006 começou a ser produzido por alunos de Jornalismo da UNESP, o jornal precursor do Impacto Ambiental: o Pauta Verde.
Em 2008, o jornal passou por uma reforma gráfica e editorial, tornando-se o Impacto Ambiental. A jornalista Ana Carolina Amaral, que fez parte do projeto durante a graduação, foi quem sugeriu a reforma. “O Pauta Verde estava abandonado com a saída de um bolsista. Quando comecei o grupo de estudos, o professor Pedro Campos sugeriu retomar o Pauta Verde. Aceitamos, mas desde que fosse com outro nome”, conta.
Através de uma parceria com o Jornal da Cidade (JC), o Impacto começou a ser impresso e distribuído gratuitamente aos jovens estudantes do Ensino Médio da rede pública, na cidade de Bauru – SP, com o objetivo de propagar informações referentes à temática ambiental, a fim de ajudá-los a formar uma consciência ambiental crítica. No vídeo abaixo, uma entrevista com a equipe de 2013 sobre o assunto.
“Em 2010, fui indicada para fazer a edição do Impacto. Foi uma experiência bastante interessante – não só pelo aprofundamento no Jornalismo Ambiental, mas como aprendizado do próprio Jornalismo, e também pela gestão de equipes, propostas de pautas e pesquisas”, afirma a jornalista Ana Lis Soares. Para ela, os projetos de extensão são fundamentais para o desenvolvimento profissional dos estudantes. “Como uma profissional formada há 3 anos, os projetos experimentais são a melhor maneira de ser jornalista na universidade, considerando que muitas pessoas, como aconteceu comigo, não podem se dedicar a estágios por muito tempo”. Ao lembrar dos jornais impressos e prontos para serem distribuídos nas escolas, Ana conclui: “Depois de finalizado, era muito gratificante ver o jornal pronto, cheio de informações interessantes, com matérias bem apuradas e escritas pelos colegas, e saber que o resultado foi possível pelo trabalho em equipe”.
Para Jéssika Elizandra, jornalista que também trabalhou no Impacto Ambiental durante a graduação, o projeto foi essencial para a sua formação: “Sempre dei importância à temática ambiental, e ao mesmo tempo, escolhi estudar jornalismo porque queria transformar o mundo em um lugar melhor. Assim, escrever sobre meio ambiente era colocar as minhas principais habilidades – boa escrita e curiosidade – a serviço de algo em que eu acredito”.

Considerado uma referência de projeto ligado à ecologia, em junho de 2015, durante a Semana do Meio Ambiente, o projeto foi convidado a participar de uma conversa no programa Artefato, da TV UNESP.

No fim de 2015, contudo, devido a uma crise financeira, a impressão do jornal foi temporariamente suspensa pelo JC, e a equipe busca alternativas para que o Impacto continue cumprindo seu objetivo.

Da sociedade pra academia

Cumprindo a sua função extensionista, de sair de dentro da universidade e atingir a sociedade, o projeto conquistou reconhecimentos e gera inúmeras pesquisas acadêmicas. Como um dos pilares do projeto, está o Grupo de Estudos Aplicados em Jornalismo Ambiental (GEAJA), vinculado ao CNPQ. No grupo de estudos, alunos e pesquisadores se reúnem para discutir as nuances do Jornalismo Ambiental e como a mídia tem abordado os assuntos relacionados ao meio ambiente.
Em junho de 2015, o projeto ganhou um financiamento da Pró-Reitoria de Extensão da UNESP para apresentação em um congresso realizado em Havana, Cuba. A equipe foi representada pelo estudante João Pedro Ferreira, que relata sobre a viagem: “foi uma experiência muito boa, devido à reunião de vários e diferentes projetos de extensão da América Latina. Eram poucos os projetos de Comunicação Social, e foi interessante explicar sobre o Impacto para pessoas do mundo todo que demostravam interesse em saber como o projeto era feito”.
Também foram apresentados, no mesmo ano, trabalhos em Porto Alegre – RS, em um encontro de Educomunicação, e também em São Paulo, durante o Congresso Nacional de Jornalismo Ambiental. “Participar do Encontro Nacional de Educomunicação foi uma ótima experiência. Foi possível aprender um pouco mais sobre essa área da educomunicação, pois não temos muitas informações sobre ela durante a faculdade, e também por conhecer outros projetos que trabalham com a área. Pudemos refletir sobre os conceitos e teorias da Educomunicação e como poderíamos inseri-los no contexto do Impacto Ambiental”, reflete o estudante Jorge Salhani.
Em agosto de 2015, o Pauta Verde recebeu certificado de melhor projeto de extensão apresentado durante a Jornada Multidisciplinar, evento ocorrido no campus da UNESP em Bauru.

Além do impresso: dificuldades e oportunidades

O impresso, apesar de ter sido o grande carro chefe do projeto, não é o único produto do projeto. Existem iniciativas de ‘impacto’ também no campus da UNESP, de forma a atingir os universitários e visitantes. Recentemente, começou a ser realizada no campus, toda segunda quarta-feira do mês, uma feira de agricultura familiar, organizada pelo projeto INCOP. Para ajudar na conscientização sobre o descarte correto de resíduos, foi produzido, pela equipe do Impacto, um panfleto informativo para ser distribuído às pessoas que frequentam as feiras. O resultado tem se mostrado satisfatório.
Em 2012, impulsionado por uma nova reforma gráfica do jornal, a fim de torná-lo mais limpo e visualmente agradável, começou a funcionar o site Impacto Ambiental, servindo como uma ferramenta complementar ao impresso. O site possuía muitas visualizações e consultas, porém saiu do ar devido a um problema no servidor da UNESP, onde era hospedado. Com a suspensão da impressão pelo JC e com a urgência de se adaptar às novas linguagens midiáticas favorecidas pela internet, a equipe começou a estudar e a trabalhar em um novo projeto, lançado em janeiro de 2016: esse site que você está lendo! A proposta é de apresentar um conteúdo diferente e diversificado, com linguagem multimídia que é limitada pelo papel.
No vídeo a seguir, uma reportagem feita pelo Impacto sobre a Festa da Ciência de 2014.
Entretanto, há intenção de que o jornal impresso volte a ser produzido, pois muitos estudantes das escolas públicas não tem acesso facilitado à internet, e o contato pessoal entre os universitários e os adolescentes representa um grande significado para ambos.
“Visitar as escolas públicas e conversar com os alunos, enquanto entregava o jornal, era gratificante e me fazia valorizar a universidade, tanto pelo projeto em si quanto por mim mesma. Isso porque algumas vezes, enquanto distribuíamos os jornais na sala de aula, os alunos nos perguntavam se achávamos que eles conseguiriam chegar onde nós estávamos – na tão sonhada universidade pública! – e estudando algo de que gostassem. Nós éramos uma espécie de referência para eles e estávamos onde eles sonhavam estar”, explica Jéssika.

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