Bioma amazônico pode atingir ponto de não retorno antes de 2050

Em menos de 30 anos, a floresta pode perder até metade do seu território

Reprodução: Getty Images

Por Renata Otaviano

No último dia 14, a Revista Nature publicou um estudo que indica que a Amazônia pode chegar ao ponto de não retorno até 2050. Assim, os índices altos de degradação do bioma levariam o sistema a um colapso irreversível. O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), além de colaboradores da Europa e dos Estados Unidos.

As conclusões da pesquisa revelam que é possível que até 47% da floresta seja perdida, o que indica uma transformação do que se conhece hoje como Amazônia. Entre as principais consequências estão o aquecimento global, a extinção de espécies, o desequilíbrio entre os biomas da América do Sul, além de perdas significativas para o agronegócio.

Por ser uma floresta tropical úmida, a Amazônia é peça chave no controle da temperatura global, e cruzar o ponto de não retorno traria resultados drásticos para os níveis de aquecimento do planeta. Além disso, a perda de espécies locais desencadeia uma série de problemas de equilíbrio no ecossistema que se espalha por outros biomas.

Para o jornalista e ambientalista Dimas Marques, as consequências de ultrapassar esse limiar são imensuráveis. “Além da crise do sistema hidrológico que prejudicaria a agricultura, a alteração dos sistemas de chuvas vai transformar todas as formas de vida no Pantanal, no Cerrado, na Mata Atlântica, nos Pampas, como um efeito dominó”.

Para frear as taxas de degradação, o foco deve estar na fiscalização e na punição do desmatamento na floresta. “Já existe tecnologia e mão de obra qualificada dentro dos órgãos responsáveis para enxugar esses danos, o que falta é priorizar essas políticas de comando e controle para que as ações saiam do papel”, afirma Marques.


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *