Em Roraima, incêndios florestais avançam sobre terras indígenas

Com mais de 2.000 pontos de focos de calor, as queimadas avançam sobre os territórios indígenas dos Yanomami e São Marcos

Crianças em maloca incendiada na Terra Indígena Yanomami: avanço de queimadas descontroladas e pedidos de socorro (Foto: Associação Hutukara)

Por Marcos Lourenço

O estado brasileiro de Roraima ocupa, atualmente, o 1º lugar no ranking de focos de calor – pontos com temperaturas elevadas, ou seja, com risco de serem atingidos por queimadas. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), entre janeiro até a última quinta-feira (22), foram registrados 7.957 pontos de calor, sendo 22% em RR.

No mês de fevereiro, até o dia 22, o INPE detectou mais de 1.600 focos ativos de incêndios. Somente entre os dias 15 à 22, foram cerca de 1.000 focos, representando aproximadamente 62,5% do total. Segundo o portal G1, o número de queimadas atual é o maior da história do estado, superando o recorde anterior de 1.347 focos, em 2007.

Estado de Calamidade

Ainda segundo o INPE, 8 dos 10 municípios que apresentaram os maiores focos de calor estão em Roraima. De acordo com o portal Agência Brasil, a cidade de Mucajaí é a que apresenta o maior número de focos, 277; seguida por Caracaraí (264), Amajari (224), Rorainópolis (180), Iracema (114), Boa Vista (107), Alto Alegre (106) e Bonfim (97).

Ainda segundo o portal, o fogo chegou às terras indígenas Yanomami, destruindo plantações, casas e roças. Além disso, há também informações do portal Amazônia Real, que alertam sobre a chegada das queimadas nas comunidades do Bananal, na Terra Indígena de São Marcos.

Possíveis causas

Apesar do período de estiagem ser comum nesta época do ano, o fenômeno tem sido agravado pelas mudanças climáticas globais e o El Niño que atua na intensificação de fenômenos climáticos. O governo estadual já decretou estado de emergência em 9 municípios de Roraima. Esta medida possibilita que o governo local possa contratar pessoal sem licitação e mobilizar órgãos públicos para a prevenção de desastres.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *