Crônica: Panfletos ao vento

Papéis de propaganda não são exclusividade das eleições e podem se tornar um problema ambiental



Existe um acúmulo discreto e contínuo de panfletos na cidade, mas só pensamos nisso durante as eleições (Foto: Pedro França/Agência Senado)

A cada dois anos as ruas e calçadas lotam de santinhos e panfletos de candidatos. E, às vésperas para as eleições municipais, a mesma história é esperada no domingo. Os papeis de propaganda, que já causaram a morte de uma mulher em 2012, devem seguir cobrindo as ruas, apesar das críticas. Mas isso não é exclusividade das eleições.
Em cada caixa de correio e portão dos bairros de Bauru encontramos panfletos. Veja o carro da sua mãe ou de seu pai: provavelmente tem uma sacolinha somente para descartar os papéis que são distribuídos nos semáforos. 
Nas campanhas eleitorais é quando vemos santinhos de candidatos jogados nas ruas e todo tipo de papel com propaganda partidária entupindo a caixa do correio. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral durante as eleições de 2012 estimou-se que, para produzir todo o material impresso, foi necessário a derrubada de 603 mil árvores e o uso de 3 bilhões de litros de água.

(Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
Durante todo o ano, porém, recebemos propaganda impressa em casa e na rua. Isso porque os panfletos são uma ótima forma de divulgar serviços, empresas, promoções de supermercados e ações sociais. O uso do papel para difundir informações ainda é muito forte em nossa cultura. As revistas e jornais são exemplos disso. É o baixo custo aliado a grande alcance.
A panfletagem, porém, não é o principal problema. Apenas 5% do lixo reciclável de Bauru é de fato reciclado, segundo dados da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural, a EMDURB. Ou seja, mesmo esse monte de papel que é espalhado pela cidade inteira sendo reciclável, quase nada é recolhido pela coleta seletiva.
Essa situação pode ser atenuada quando o cidadão (você!) adquire consciência ambiental. Se pensarmos nos panfletos como uma forma de poluição e destruição da natureza, então teremos que assumir a responsabilidade pelo destino que damos a eles. Ou seja, separar todo jornal e folheto para a coleta seletiva e incentivar a família, amigos e vizinhos a fazerem o mesmo. Também é nosso dever cobrar as empresas produtoras de papel e as gráficas que respeitem a natureza, reflorestem as matas e usem a madeira com cuidado.

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