XIII Jornada Paulista de Plantas Medicinais une o saber científico e o popular em prol da saúde

O evento contribui para o avanço das pesquisas em áreas com plantas medicinais no Brasil

Jornada Paulista de Plantas Medicinais
Foto: Bruna Tastelli/Impacto Ambiental

Durante os dias 22, 23 e 24 de novembro aconteceu a XIII Jornada Paulista de Plantas Medicinais na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp de Araraquara (FCFAR).

Nesta edição o Prof. Dr. Francisco José de Abreu Matos, que é um renomado pesquisador da área, recebeu homenagem pela sua dedicação e envolvimento com as plantas medicinais no Brasil através do Projeto Farmácias Vivas, criado por ele em 1983 na Universidade Federal do Ceará e que posteriormente se espalhou para diversos lugares do Brasil.
Entre as palestras surgiram alguns temas inovadores como “Potencial Terapêutico de Substâncias Psicodélicas de Origem Natural no Tratamento de Transtornos Mentais”, “Regulação da Cannabis terapêutica: conjuntura e desafios”, além do “O Estado da Arte no Estudo de Plantas Medicinais do Brasil” como tema de uma mesa redonda.
Renato Filev
Foto: Bruna Tastelli/Palestra com o Dr. Renato Filev sobre Regulação da Cannabis terapêutica
O assistente de laboratório de farmacognosia da FCFAR e integrante da comissão organizadora, Caio Perego, conta que o evento acontece a cada dois anos e é itinerante entre as universidades do estado de São Paulo, sendo esta a 3º vez que acontece na Unesp de Araraquara.
“Além do tradicional de eventos científicos, trouxemos também várias atividades concomitantes, como live painting e expositores de produtos naturais”, relata Caio.
Criminalização das drogas
Foto: Bruna Tastelli/Impacto Ambiental

Expositores e stands

A expositora Bruna Giudicissi que trabalha com aromaterapia e geoterapia, levou para o evento os produtos da Raízes de Gaia, como óleos essenciais com funções terapêuticas e medicinais, colares artesanais feitos com cerâmica, sabonetes naturais livres de gordura animal e argilas para máscara facial e corporal.

Raízes de Gaia
Foto: Bruna Tastelli/Raízes de Gaia

Maria Eduarda Pierri, que trabalha com biocosméticos, terapias integrativas e oficinas, tem um projeto chamado Flores Seremos que integra a geoterapia envolvendo argilas medicinais, a fitoterapia que são as ervas, e também a aromaterapia que são os óleos essenciais.
“Gosto muito de ter um fundo ecológico em todos os produtos, tento ao máximo optar pelo vidro nas embalagens, pela rolha, linha, papel e tudo aquilo que dá para ser reutilizado”.
Maria Eduarda explica também que a presença dos expositores na JPPM é essencial, pois, além de trazerem algo novo para o evento, acabam fortalecendo a economia local e o pequeno produtor.
Raízes de gaia
Foto: Bruna Tastelli/Maria Eduarda Pierri
A empresa Nova Analítica também estava com seu stand no evento. A vendedora técnica Cláudia Almeida explica que a empresa atende a parte de instrumentação para todos os tipos de laboratórios, porque possuem uma linha completa de equipamentos voltados para área de produtos naturais, desde a extração, purificação e identificação dos compostos.
Alex, formado em administração e sua esposa Lara que é bióloga levaram o projeto Minhocaria para a Jornada, mostrando seus produtos, o que é uma compostagem e quais seus benefícios.
O casal coleta o lixo orgânico da comunidade toda semana como se fosse um “clube” mediante pagamento de uma mensalidade e todo mês os associados ganham um “brinde ecológico”.
Além disso, eles faz parte de uma horta comunitária em Araraquara onde fazem a coleta do lixo da população de forma voluntária.

A importância é conscientizar as pessoas do que é a compostagem e levar a informação de que aqui na cidade diariamente são gastos cerca de R$31 mil para descartar o lixo, onde 50% disso é lixo orgânico e poderia estar gerando renda para diversas famílias

minhocaria
Foto: Bruna Tastelli/Minhocaria

Relações humanas

A docente de farmacognosia, fitoterapia e práticas integrativas não complementares, Raquel Moreira,  diz que o mais importante de trazer a comunidade para dentro da universidade nessa edição e com ela se integrar em um evento que une cultura, arte e ciência, é conhecer a parte científica e o popular.

Um exemplo dessa conexão entre a população e a academia foi a roda de conversa no último dia de evento sobre o uso das ervas medicinais na Umbanda, a qual a aluna Maria Eduarda Pierri levou sua benzedeira, Dona Maria, para a FCFAR.

Para a professora Raquel Moreira isso é um grande avanço na universidade por poder ter ali a união e troca de saberes entre o popular e o científico.
umbanda
Foto: Bruna Tastelli/Impacto Ambiental
Além dos stands, Du Rodrigues foi a atração da Jornada durante os coffee breaks com o live painting – que consiste em uma pintura ao vivo no ambiente com os participantes acompanhando todo o processo de criação.

Ele trabalha com artes plásticas há 6 anos, já realizou cerca de sete obras live painting e diz que a interação das pessoas, escutar os elogios, ver o pessoal tirando fotos é a parte mais gratificante desse tipo de trabalho.
live painting
Foto: Bruna Tastelli/Impacto Ambiental
Editora: Giovanna Romagnoli

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