Campina do Cerrado: paisagismo sustentável da biodiversidade nativa

Projeto da Unesp inspira e fornece informações para a produção de jardins que incorporem a flora brasileira

 Reprodução: Campina Experimental do Cerrado

Por Maria Gabriela Oliveira

A Campina do Cerrado é um espaço de experimentação com uma diversidade de espécies herbáceas e arbustivas nativas do Cerrado, além de plantas floríferas cultivadas ou naturalizadas no Brasil. O propósito é utilizar essas espécies para enriquecer o paisagismo e inspirar a criação de novos jardins que valorizem a flora nativa, contribuindo para uma maior apreciação e preservação do Cerrado.

O projeto da Unesp de Bauru tem como objetivo ampliar o reconhecimento do potencial paisagístico das espécies herbáceas e arbustivas do Cerrado, abordando aspectos como taxa de germinação, crescimento, luminosidade, forma, cor, textura e período de floração. Agora com uma estufa, o projeto também começa uma nova fase de coleta de sementes aqui no Campus e entorno e ensaios para produção de mudas.

Essas informações visam inspirar e orientar a criação de novas abordagens para o planejamento e gestão de jardins que incluam a flora nativa, destacando a importância da biodiversidade do Cerrado e promovendo a conscientização da comunidade. Além disso, o projeto enfatiza a responsabilidade social da Universidade, ao contribuir para a preservação e valorização desse ecossistema único.

Reprodução: Campina Experimental do Cerrado

Realizado sem fins lucrativos, a Campina Experimental do Cerrado é um projeto de extensão realizado pela Faculdade de Artes, Arquitetura, Comunicação e Design e a Faculdade de Ciências da Unesp de Bauru. Coordenado pelos professores Marta Enokibara, Maria Solange Gurgel de Castro Fontes e Arthur Simões Caetano Cabral, do curso de Arquitetura e Urbanismo. A coordenação conta também com a professora Veridiana de Lara Weiser Bramante, do Programa de Pós Graduação em Biociências – Interunidades. 

Reprodução: Campina Experimental do Cerrado

A proposta do projeto paisagístico foi incialmente desenvolvida por Fernanda Matos e Pedro Henrique Correia Soares, arquitetos formados em 2023. A implementação da Campina envolveu a colaboração de uma equipe composta por professores e estudantes dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, além de Ciências Biológicas.

Com o intuito de ampliar seu alcance, a Campina foi submetida e aprovada no Edital PROEC n 01/2023 – “Vamos Transformar o Mundo”, e assim nasce “A Campina do Cerrado vai à Escola”, um desdobramento do projeto já existente e que conta, também com a coordenação da Profa. Ass. Maria do Carmo Monteiro Kobayashi, da área de educação.

Reprodução: Campina Experimental do Cerrado

Segundo Júlio Rodrigues de Oliveira, integrante do projeto, e aluno do curso de Arquitetura e Urbanismo, o objetivo geral consiste em criar um processo educativo com a EMEI Maria Rosa, a fim de vivenciar a importância do Cerrado para o meio ambiente, a biodiversidade e os serviços ambientais, através da construção de um jardim com espécies ensaiadas na Campina Experimental do Cerrado. 

“A metodologia adotada será qualitativa, quanto à sua natureza, pois consideramos que há uma relação entre nós e o mundo que vivemos, assim como mostrar que um jardim pode ser parte da conservação do Cerrado”, afirma.

Júlio explica ainda que será uma pesquisa aplicada, pois esperam gerar conhecimentos para e com as crianças, com aplicações práticas e a fim de buscar solucionar um problema específico. 

“Esperamos, ao término do projeto, que esta pesquisa-ação possibilite uma metodologia de ensino e aprendizagem para novas gerações, envolvendo crianças, adultos, participantes da universidade e comunidade externa engajadas na conservação do Cerrado”, finaliza.

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