Estiagem e tempo seco são a causa da sua tosse nesse inverno

Saiba como amenizar os efeitos da estiagem


(Foto: Pixabay)


Texto: Bruna Tastelli

Falta de chuva, tempo seco, ventos fortes e problemas respiratórios. Essas são as principais características da estiagem, fenômeno climático que ocorre nos meses de junho a outubro e que algumas regiões do Brasil enfrentam no inverno.

A principal consequência deste fenômeno é a falta de chuva por longos períodos, causando impactos negativos nos ecossistemas e nas atividades socioeconômicas. A estiagem muitas vezes é confundida com a seca, no entanto, ela é sazonal e transitória, ou seja, ocorre apenas por alguns meses, enquanto a seca tem duração permanente.

Tempo seco
A estiagem causa impactos negativos nos ecossistemas (Foto: Pixabay)

Fernando de Almeida Tavares, meteorologista do Ipmet (Instituto de Pesquisas Meteorológicas), explica que durante o outono e o inverno, que vai de abril até setembro, ocorrem menos chuvas, sendo um período frio e seco, no qual normalmente acontecem as estiagens. Outro fator que pode desencadear o fenômeno é o desmatamento e a emissão de gases que provocam o efeito estufa.

O meteorologista ressalta ainda que as áreas urbanas têm um grande consumo de água e a estiagem pode provocar a diminuição do nível de reservatórios que abastecem estas áreas, podendo ocorrer períodos de falta d’água para a população. Além disso, a estiagem pode afetar no consumo de energia elétrica. Para Fernando, a economia seria uma das formas de minimizar os impactos da estiagem

Economizar, reutilizar, reaproveitar e tratar água sempre, o tempo todo e em todo lugar, água é um recurso limitado. Apenas 0,02% de toda a água que há no planeta está no estado líquido, é doce, potável e pode ser consumida. 

Período de seca
Barragem do Descoberto, Brasília – DF (Foto: Foto Públicas)

De acordo com a bióloga Laysla Leite, a região mais afetada pela estiagem é o semiárido nordestino, onde predomina o bioma Caatinga, e também o norte do estado de Minas Gerais. A bióloga explica que por conta da má distribuição das chuvas, a agricultura é seriamente prejudicada.

Durante este período ocorre a diminuição do fluxo de rios e lagos, baixa umidade do ar, além do aumento no risco de erosão do solo e da magnitude de incêndios florestais.

A bióloga detalha que na Mata Atlântica não ocorre estiagem por conta de sua proximidade com o mar, o que mantém a vegetação densa, diferentemente do Cerrado em que, durante o inverno, o solo se desseca, mas apenas em sua camada superficial, o que não prejudica a vegetação. 

Isso acontece porque as plantas do estrato arbóreo-arbustivo possuem raízes profundas, que alcançam camadas úmidas do solo, mesmo durante o período de estiagem. Portanto, elas dispõem sempre de algum abastecimento hídrico. O ipê-amarelo é um dos exemplos desse acontecimento, pois floresce em plena estação seca.

Leito do riacho fica seco no período de estiagem, Catingueira – PB (Foto: Sergio Amaral)

Laysla explica que a supressão de florestas, o uso intensivo do solo para agricultura, o processo de urbanização e de industrialização, entre outros fatores, podem intensificar o processo de estiagem.

Para ela, os métodos para diminuir os efeitos da estiagem são:

  • Uso racional e sustentável dos recursos hídricos; 
  • Construção de cisternas, açudes e barragens; 
  • Investimentos em infraestrutura; 
  • Distribuição de água através de carros-pipa; 
  • Desenvolvimento sustentável na região;
  • Incentivo público à agricultura adaptada ao clima e solo.

Estiagem e a saúde

A estiagem não atinge somente o meio ambiente, os seres humanos também são afetados por esse fenômeno. De acordo com o otorrinolaringologista Alexandre Servidoni, durante a época de estiagem, os pacientes apresentam maiores problemas de saúde relacionados às vias respiratórias.“Verificamos um aumento na incidência de infecções e inflamações da garganta e dos pulmões, além das sinusites e otites, entre outros.”

Dr. Alexandre informa que os tratamentos para esses problemas devem ser prescritos, individualmente, por um profissional capacitado, evitando a automedicação – que pode mascarar problemas mais sérios e trazer efeitos indesejáveis.

Edição: Maria Gabriela Zanotti

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