Não jogue óleo de cozinha no ralo! Ele é prejudicial ao ambiente

Reutilizar o óleo de cozinha é tão simples quanto parece


Um litro de óleo pode poluir 20 mil litros de água (Foto: Marcos Cardinalli/Impacto Ambiental)

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE), uma família, em média, consome entre 12 e 15 litros/ano de óleo. A cada 1 litro, 900 ml são consumidos e 100 ml são descartados. Mas, o dado mais alarmante é: um litro de óleo é capaz de poluir 20 mil litros de água.

Para muitos, é um procedimento automático virar a panela na pia depois de utilizar o óleo. Ele segue, então, para o ralo e depois aos canos de esgoto. Ou então, é descartado no lixo comum. Parte das pessoas não possui conhecimento de que essa rotina causa enormes problemas. Mesmo com o uso de caixas de gordura, o risco de vazamento do óleo para o meio ambiente é grande.

Box: Giovana Gomes/Impacto Ambiental

Bernardo Pires, gerente de sustentabilidade da ABIOVE, ressalta que a falta de educação ambiental dos consumidores, que descartam o óleo em locais inadequados ao invés de levar até o ponto de coleta mais próximo da sua residência ou trabalho, é uma das principais causas para o baixo índice de coleta deste produto nos pontos.

Usei o óleo… O que fazer com o que sobrou?

Armazenar o óleo de cozinha é algo fácil. Basta deixar o óleo esfriar, colocá-lo em uma garrafa PET, se necessário com a ajuda de um funil, fechar bem a garrafa e pronto.

Mas o que acontece com o óleo depois de levá-lo ao ponto de coleta? O que não falta são possibilidades de reutilização. Ele pode se transformar em sabão, glicerina, detergente, tintas a óleo, ração para animais e também há a produção de biodiesel.

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Jovens criativos

Pensando em ajudar na questão das práticas sustentáveis, alunos do Colégio Liceu Franco-Brasileiro, no Rio de Janeiro, criaram um aplicativo para monitoração da reutilização de óleo. O SOS – Sistema de Óleo Sustentável está disponível para download no Google Play e na App Store.

Rosângela Nezi, professora de robótica do Colégio Franco-Brasileiro, conta que a distância entre os consumidores e os pontos de coleta incentivou a criação de um mecanismo para facilitar e ampliar a coleta. “Ao começarmos a nossa pesquisa, percebemos que havia uma grande ausência da coleta de óleo nos condomínios do Largo do Machado. Sendo assim, a distância e a escassez dos pontos de coleta existentes traz uma ineficiência desse recolhimento, e a população acaba descartando esse resíduo inadequadamente, prejudicando o meio ambiente. Então a equipe FrancoDroid desenvolveu o aplicativo, que visa desenvolver uma logística de coleta, permitindo assim o descarte adequado do óleo de cozinha usado por parte dos condomínios residenciais. Pelo aplicativo, os usuários podem acessar todos os pontos de coleta de óleo existentes e obter informações detalhadas de cada um”, explica a professora.

Foto: Giovana Gomes/Impacto Ambiental

Coleta e Reciclagem

Muitas iniciativas e projetos, governamentais ou não-governamentais, estimulam a reciclagem do óleo de cozinha.

Uma delas é a Associação Brasileira para Sensibilização, Coleta e Reciclagem de Resíduos de Óleo Comestível (ECÓLEO), em São Paulo. Com o apoio da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) e da Secretaria do Verde e de Meio Ambiente, a iniciativa funciona desde 2007.

Segundo estatísticas do projeto, os associados (coletadores, beneficiadores e recicladores de óleo) já coletam no estado de São Paulo, em média, 2.7 milhões de litros de óleo/mês, e estimam que esse montante corresponde a 10% do descarte mensal.

“O óleo coletado (resíduo sujo) passa por um processo de decantação – aquecimento – limpeza, sendo transformado em matéria prima. O problema é transformado em solução para indústrias, transformando resíduo em matéria prima; gerando trabalho e renda em toda a cadeia (coleta, ecopontos, transporte, beneficiamento e reciclagem); protegendo as águas. Exemplo de economia verde!”, explica Célia Marcondes, fundadora da ECÓLEO.

Em Bauru, há o Projeto Recicla UNESP, da Faculdade de Ciências da UNESP, que abrange a comunidade universitária, coletando os resíduos para a indústria de reciclagem.

Além disso, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente criou os Ecopontos, áreas públicas com o intuito de receber os lixos que não são comuns.

Ecoponto em Bauru (Foto: Giovana Gomes/Impacto Ambiental)


Também é possível entregar óleo usado nos supermercados da Rede Confiança. A cada 4 litros (equivalente a 2 garrafas PET) de óleo de fritura entregue em uma das lojas da rede, a pessoa recebe uma garrafa de óleo de soja novo (900 ml).

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